quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Brincar na Educação Infantil




O brincar assume uma forma livre e imprevisível, considerado também uma atividade
elaborada, estruturante e regulamentada por aqueles que brincam. O papel do adulto e das
instituições escolares seria no sentido de dar um maior significado e espaço para que a
brincadeira livre possa acontecer.
Brougère também discute a questão da comunicação, um acordo entre os que brincam, para que a mesma possa acontecer. Constata-se então que a brincadeira tem uma linguagem característica. Pressupõe comunicação, interpretação e uma sucessão de decisões.
Ao brincar as crianças elaboram um sistema de regras que vai durar
enquanto a brincadeira acontece. “As regras não preexistem à brincadeira, mas são produzidas
à medida que se desenvolve a brincadeira” ( BROUGÈRE, 1995, p.101).
Ao brincar a criança busca saídas para situações que em ambientes reais ela encontraria dificuldades. Ela então se torna um espaço de flexibilidade, inovação e criação.
Brougère (2004) também discute a questão do uso dos brinquedos pelas crianças. Os brinquedos, que estão ligados às transformações do mundo, participam da construção da infância, que é vivida diferentemente conforme a época, cultura e classe social.
O lugar que o brinquedo ocupa depende do lugar que a criança ocupa na sociedade. Quem brinca é capaz de improvisar elementos de seu ambiente, buscando novas significações. Brincar com um brinquedo requer inseri-lo num universo especifico.
O objeto sozinho não pode efetivamente impor-se na brincadeira sem que essa decisão não parta de quem brinca. A brincadeira como uma ação e produção de sentidos pode considerar o brinquedo como um suporte que estrutura tal atividade ( BROUGÈRE, 2004).
O brincar não deve ser considerado uma atividade legitimamente escolar. Nem sempre a brincadeira tem o compromisso com a aprendizagem, porém o valor do aprender brincando não é negado.
Se a motivação interna o faz existir, a coação externa pode inibi-lo. No brincar é possibilitado à
criança fazer relações, viver experiências, construir sua subjetividade, imaginar, experimentar
as mais diversas emoções, administrar conflitos, interagir e desenvolver-se.
Assim, o espaço da educação infantil deve propiciar às crianças pequenas o desenvolvimento de
atividades lúdicas como a brincadeira, cabendo ao adulto adentrar e compreender a cultura
lúdica dos pequenos.



BROUGÈRE, Gilles. Brinquedos e companhia. São Paulo: Cortez, 2004.

BROUGÈRE, Gilles . Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

BROUGÈRE, Gilles . Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995.

http://www.cmjf.com.br/revista/materiais/1215525080.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário