sábado, 4 de julho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

PROJETO ALIMENTAÇÃO



ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Passo 1
Dar somente leite materno até os
seis meses, sem oferecer água, chás
ou qualquer outro alimento.

A partir dos 6 meses, o organismo da criança já está preparado para receber alimentos
diferentes do leite materno, que são chamados de alimentos complementares.
A alimentação complementar, como o nome diz, é para complementar o leite materno e não
para substituí-lo.
A introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual. O bebê tende a rejeitar
as primeiras ofertas do(s) alimento(s), pois tudo é novo: a colher, a consistência e o sabor.
No início, a quantidade de alimentos que a criança ingere é pequena e a mãe pode oferecer
o peito após a refeição com os alimentos complementares. Há crianças que se adaptam
facilmente às novas etapas e aceitam muito bem os novos alimentos.
Quando introduzir a alimentação complementar, é importante que a criança receba água
nos intervalos das refeições.
Mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar no peito até os 2
anos ou mais, pois o leite materno continua alimentando a criança e protegendo-a contra
doenças.

Passo 2
A partir dos 6 meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos,
mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.



Os alimentos complementares são constituídos pela maioria dos alimentos básicos que
compõem a alimentação das famílias.
Complementa-se a oferta de leite materno com alimentos que são mais comuns à região e
ao hábito alimentar da família.
A introdução dos alimentos complementares deve ser feita com colher ou copo no caso da
oferta de líquidos.
Se a criança está mamando no peito, três refeições por dia com alimentos adequados são
suficientes para garantir uma boa nutrição e crescimento, no primeiro ano de vida.
No segundo ano de vida, devem ser acrescentados mais dois lanches, além das três
refeições.
Se a criança não está mamando no peito, deve receber cinco refeições por dia com alimentos
complementares a partir do sexto mês.
A partir do momento que a criança começa a receber qualquer outro alimento, a absorção
do ferro do leite materno reduz significativamente: por esse motivo a introdução de carnes
e vísceras (fígado, rim, coração, moela de frango, etc.), mesmo em pequena quantidade, é
muito importante.

Passo 3
A partir dos 6 meses, dar alimentos complementares três vezes ao dia, se a
criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada.


Crianças amamentadas no peito, em livre demanda, desenvolvem muito cedo a capacidade
de auto-controle sobre a ingestão de alimentos, aprendendo a distinguir as sensações de
saciedade após as refeições e de fome após períodos sem oferta de alimentos.
É importante a mãe distinguir o desconforto da criança com fome de outras situações
como: sede, sono, frio, calor, fraldas molhadas ou sujas. Não se deve oferecer comida, ou
insistir para que a criança coma, quando ela não está com fome.
Oferecer a alimentação complementar regularmente, sem rigidez de horários, nos períodos
que coincidem com o desejo de comer demonstrado pela criança. Após a oferta dos
alimentos, a criança deve receber leite materno, caso demonstre que não está saciada.
Oferecer três refeições complementares (no meio da manhã, no almoço, no meio da tarde)
para crianças em aleitamento materno; para aquelas já desmamadas, adicionar mais duas
refeições: no início da manhã e no início da noite.
Não é aconselhável a prática de gratificação (prêmios) ou castigos para conseguir que a
criança coma o que os pais acreditam que seja o necessário para ela.
Algumas crianças precisam ser estimuladas a comer, nunca forçadas.

Passo 4
A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários,
respeitando-se sempre a vontade da criança.


No início da alimentação complementar, os alimentos oferecidos à criança devem ser
preparados especialmente para ela. Os alimentos devem ser bem cozidos. Nesse cozimento
deve sobrar pouca água na panela, ou seja, os alimentos devem ser cozidos apenas em
água suficiente para amaciá-los.
Ao colocar os alimentos no prato, amasse-os bem com o garfo e a consistência deverá ter
o aspecto pastoso (papa/purê). Não há necessidade de passar pela peneira e nem bater no
liquidificador.
A partir dos 8 meses, podem ser oferecidos os mesmos alimentos preparados para a família,
desde que amassados, desfiados, picados ou cortados em pedaços pequenos.
Sopas e comidas ralas/moles não fornecem energia suficiente para a criança.
Deve-se evitar o uso da mamadeira, pois a mesma pode atrapalhar a amamentação e é a
principal fonte de contaminação e transmissão de doenças.
Recomenda-se o uso de copinhos para oferecer água ou outros líquidos; dar os alimentos
semi-sólidos e sólidos com prato e com colher.

Passo 5
A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de
colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família.



Desde cedo a criança deve acostumar-se a comer alimentos variados. Só uma alimentação
variada evita a monotonia da dieta e garante a quantidade de ferro e vitaminas que a criança
necessita, mantendo uma boa saúde e crescimento adequado.
Ofereça duas frutas diferentes por dia; escolha a fruta da época.
Faça a introdução de alimentos novos de maneira gradual, oferecendo apenas um alimento
novo a cada refeição.
O ferro dos alimentos é melhor absorvido quando a criança recebe, na mesma refeição
carne e frutas ricas em vitamina C. Alimentos fontes de ferro: carne vermelha, fígado, rins,
moela de frango, vegetais de folhas verde escuro, feijão, melado de cana, rapadura, inhame
e batata doce. Alimentos fontes de vitamina C: laranja, limão, acerola, caju e goiaba.
Sempre que possível escolha alimentos diferentes para o preparo das papas salgadas,
variando o tipo, o sabor, o cheiro e a cor do alimento para cada refeição.
A formação dos hábitos alimentares é muito importante e começa muito cedo. É comum a
criança aceitar novos alimentos apenas após algumas tentativas, e não nas primeiras. O
que pode parecer rejeição aos novos alimentos é resultado do processo natural da criança
em conhecer novos sabores e texturas, e da própria evolução da maturação dos reflexos
da criança.
Os alimentos devem ser oferecidos separadamente, para que a criança aprenda a identificar
as suas cores e sabores. Colocar as porções de cada alimento no prato, sem misturá-las.

Passo 6
Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é
uma alimentação colorida.


As frutas e as hortaliças (legumes e verduras) são as principais fontes de vitaminas, minerais
e fibra.
Normalmente, os alimentos do grupo dos vegetais são inicialmente pouco aceitos pelas
crianças porque, em parte, a criança pequena aceita melhor os alimentos doces.
Quando a criança recusa determinado alimento, deve-se oferecer novamente em outras
refeições. Para que um novo alimento seja aceito pela criança, é necessário em média, 8 a
10 repetições, em momentos diferentes.
No primeiro ano de vida, não é recomendado que os alimentos sejam muito misturados,
porque a criança está aprendendo a conhecer novos sabores e texturas.
Deve ser oferecida uma fruta, uma hortaliça de cada vez, na forma de papa ou purê.
Para temperar os alimentos, recomenda-se o uso de cebola, alho, pouco óleo, pouco sal e
ervas (salsinha, cebolinha e coentro)
Quando a criança já senta à mesa, o exemplo do consumo dos alimentos pela família vai
encorajar a criança a consumí-los. As refeições devem ser momentos tranqüilos e felizes.

Passo 7
Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.



É comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor doce; no entanto, a adição
de açúcar é desnecessária e deve ser evitada nos dois primeiros anos de vida.
Até completar um ano de vida, a criança possui a mucosa gástrica sensível e, portanto, as
substâncias presentes no café, enlatados e refrigerantes podem irritá-la, comprometendo
a digestão e a absorção dos nutrientes, além de terem baixo valor nutritivo.
Deve ser evitado o uso de alimentos industrializados, enlatados, embutidos e frituras, que
contenham gordura e sal em excesso, aditivos e conservantes artificiais.
A família deve ser orientada para não oferecer doces, sorvetes e refrigerantes para a criança
pequena.
É importante também, ler o rótulo dos alimentos infantis antes de comprá-los para evitar
oferecer à criança alimentos que contenham aditivos e conservantes artificiais.
Os alimentos muito condimentados também devem ser evitados como: pimenta, mostarda,
catchup, temperos industrializados e outros.


Passo 8
Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e
outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.

Quando a criança passa a receber a alimentação complementar aumenta a possibilidade
de doenças diarréicas que constituem importante causa de adoecimento e morte, entre as
crianças pequenas.
Para uma alimentação saudável, deve-se usar alimentos frescos, maduros e em bom estado
de conservação. Os alimentos oferecidos às crianças devem ser preparados pouco antes
do consumo e nunca oferecer restos de uma refeição.
Para evitar a contaminação dos alimentos e a transmissão de doenças, a pessoa responsável
pelo preparo das refeições deve lavar bem as mãos e os alimentos, assim como os utensílios
em que serão preparados e servidos.
Os alimentos devem ser guardados em local fresco e protegidos de insetos e outros animais.
Oferecer água limpa (tratada, filtrada ou fervida) para a criança beber. O mesmo cuidado
deve ser observado em relação à água usada para preparar os alimentos.
Lavar as mãos com água e sabão, toda vez que for preparar ou oferecer o alimento à criança.


Passo 9
Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o
armazenamento e a conservação adequados.


As crianças doentes, em geral, têm menos apetite, ingerindo menos alimentos e gastando
mais energia devido à febre. Por isso, devem ser estimuladas a se alimentarem, no entanto,
não devem ser forçadas a comer.
Se a criança estiver sendo amamentada exclusivamente no peito, aumentar a freqüência
da oferta, várias vezes ao dia. O leite materno é o alimento que a criança aceita melhor.
Para garantir uma melhor nutrição e hidratação da criança doente, aconselha-se oferecer
os alimentos de sua preferência, sob a forma que a criança aceita melhor e aumentar a
oferta de líquidos.
Oferecer quantidades pequenas de alimentos por refeição, porém, com maior freqüência.
Se a criança aceitar apenas um tipo de preparação, mantê-la até que se recupere.
É importante sentar-se ao lado da criança na hora da refeição e ser mais flexível com horários
e regras.
Não forçar a criança a comer. Isso aumenta o estresse e diminui ainda mais o apetite.


Passo 10
Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua
alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

BERÇARIO I

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Brincar na Educação Infantil




O brincar assume uma forma livre e imprevisível, considerado também uma atividade
elaborada, estruturante e regulamentada por aqueles que brincam. O papel do adulto e das
instituições escolares seria no sentido de dar um maior significado e espaço para que a
brincadeira livre possa acontecer.
Brougère também discute a questão da comunicação, um acordo entre os que brincam, para que a mesma possa acontecer. Constata-se então que a brincadeira tem uma linguagem característica. Pressupõe comunicação, interpretação e uma sucessão de decisões.
Ao brincar as crianças elaboram um sistema de regras que vai durar
enquanto a brincadeira acontece. “As regras não preexistem à brincadeira, mas são produzidas
à medida que se desenvolve a brincadeira” ( BROUGÈRE, 1995, p.101).
Ao brincar a criança busca saídas para situações que em ambientes reais ela encontraria dificuldades. Ela então se torna um espaço de flexibilidade, inovação e criação.
Brougère (2004) também discute a questão do uso dos brinquedos pelas crianças. Os brinquedos, que estão ligados às transformações do mundo, participam da construção da infância, que é vivida diferentemente conforme a época, cultura e classe social.
O lugar que o brinquedo ocupa depende do lugar que a criança ocupa na sociedade. Quem brinca é capaz de improvisar elementos de seu ambiente, buscando novas significações. Brincar com um brinquedo requer inseri-lo num universo especifico.
O objeto sozinho não pode efetivamente impor-se na brincadeira sem que essa decisão não parta de quem brinca. A brincadeira como uma ação e produção de sentidos pode considerar o brinquedo como um suporte que estrutura tal atividade ( BROUGÈRE, 2004).
O brincar não deve ser considerado uma atividade legitimamente escolar. Nem sempre a brincadeira tem o compromisso com a aprendizagem, porém o valor do aprender brincando não é negado.
Se a motivação interna o faz existir, a coação externa pode inibi-lo. No brincar é possibilitado à
criança fazer relações, viver experiências, construir sua subjetividade, imaginar, experimentar
as mais diversas emoções, administrar conflitos, interagir e desenvolver-se.
Assim, o espaço da educação infantil deve propiciar às crianças pequenas o desenvolvimento de
atividades lúdicas como a brincadeira, cabendo ao adulto adentrar e compreender a cultura
lúdica dos pequenos.



BROUGÈRE, Gilles. Brinquedos e companhia. São Paulo: Cortez, 2004.

BROUGÈRE, Gilles . Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

BROUGÈRE, Gilles . Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995.

http://www.cmjf.com.br/revista/materiais/1215525080.pdf